Você pra um lado e eu pro outro
Era óbvio pra mim
Dure muito ou dure pouco
Tudo um dia tem um fim
Foi a minha decisão
Lágrimas a rolar
Mesmo que seja o final
Sinto que eu ainda tenho muito pra falar
Mas sinto que oque digo diante do espelho não tem sentido
Então eu minto pra mim mesmo como proteção
Nenhum amigo entende
Que sou meu inimigo mais íntimo
Desacredito
Pois não se mente pro coração
Então, como a gente faz
Quando a nossa paz não se encontra mais?
Traz de volta essa revolta que se viveu no passado
Ou aceita que o futuro guarda muita coisa?
Porra
Minha vida toda só mentiras
Constantes, escritas, cortantes, vazias
Repetitivas, dia após dia
Sabia e via, ouvia e sentia
Que cada pessoa tinha uma razão na alma
Pra fazer tudo aquilo que lhe traria bons frutos
Então cada pessoa machucava outra alma esperando
Que colheria bonança no futuro
Eu mesmo fui assim, um dia percebi
Que vivia na fantasia de um mundo inalcançável
Usava como desculpa o que marcou meu passado
Pra ser um filha da puta de espírito amargo
Espinhos em cada palavra
Me achava de pedra
Via pessoas sofrendo e eu não sentia nada
Mas acabei sentindo quando me encontrei sozinho
Perdido nesse buraco onde não tinha escada
Como eu vou sair?
Como que eu fujo de mim mesmo
Se pra onde corro
Meus erros chegam primeiro
Me perdi muito
Estou nesse mundo imundo
E ao meu lado só uma pá
Pra eu poder me colocar mais fundo
Que se foda tudo
Decidi cavar pra tentar encontrar
Um lugar onde talvez eu pertencesse
Minhas mãos se calejaram
Sujei meu rosto de terra
E no fim eu encontrei
Só mais memórias do passado
Nunca fui esperançoso
Eu já tava cansado
E de uma vez por todas, abracei meus pecados
Diante dos meus olhos vi essa vida sombria
Alimentando e nutrindo um ser humano egoísta
Que sempre fingiu ser bom
Que escondeu de todo mundo essa alma rancorosa
Que de amor tava vazia
Escondeu esse ódio de uma mãe que era fraca
Que escolheu uma vida nova e que não criou o filho
Escondeu esse nojo de ter o sangue ruim
De um homem culpado que viveu como um passarinho
Cansei de esconder que eu não sou feito de pedra
Que eu sofro, que eu choro
Que também carrego mágoa
Vivo em depressão e não acho uma solução
É minha hora de fazer tempestade em copo d'água
Eu tinha que desabafar
Não me comparo com Jesus
Mas admito amigo que às vezes sinto que no peito
Carrego o pesado peso de uma pesada cruz
Não acredito em muita coisa
Mas creio que no final
Nós pagamos por cada erro
Eles pesam na balança
Não sei o fogo nos queima
Mas por cada crueldade nessa vida sofreremos
Então é hora de fazer valer
Por cada erro nessa vida
Um dia eu vou compensar
Com um futuro de ações que irão preencher de orgulho
Essa alma tão vazia que tantos já fez chorar
Sem apagar o passado, aceitando o que fiz
Porque eu sinto que no fundo ninguém acaba sozinho
É coisa do destino, acredito que no fim cada
Lágrima derramada vai se tornar um sorriso